terça-feira, 11 de outubro de 2011

"Abraço ao Adauto Botelho"




Nesta segunda-feira o Diretório Central dos Estudantes da UFMT esteve presente juntamente com diversas entidades, estudantes, pacientes, familiares e funcionários no Centro Integrado de Apoio Psicossocial Adauto Botelho (CIAPS Adauto Botelho) para um ato contra a Higienização que está ocorrendo na região do Porto, contra a mudança do CIAPS para o Hospital Neuropsiquiátrico e em favor do Sistema Único de Saúde.

(Imagem da ala interna do Botelho)
O ato iniciou-se às 8h30 com uma oficina de cartazes promovida pelo Centro Acadêmico de Psicologia e contendo a participação de estudantes, funcionários, professores e pacientes. A concentração às 10h era grande e a interação entre os manifestantes acontecia de forma agradável, então tivemos a contribuição de funcionários e pacientes do CAPS AD, podendo assim em fim dar um abraço no prédio com cerca de duzentas pessoas.


Todos deram-se as mãos e a volta ao prédio foi sendo formada. Alguns minutos após ser concluído o abraço, em um momento estético emocionante, a chuva que havia dado uma trégua mais cedo volta a aparecer molhando os manifestantes que ao mostrarem terem cumprido seu objetivo em favor da saúde mental, se "escondem" abaixo de qualquer local que os proteja da chuva. E após algumas piadas e risos estávamos todos ali juntos. Já não eramos mais estudantes deste ou daquele curso, professores desta ou daquela instituição, militante deste ou daquele movimento, repórter ou notícia, profissional da saúde ou familiar, "louco" ou "normal". Naquele momento eramos todos pessoas cidadãs e estávamos cumprindo com nosso dever de não aceitarmos sermos meros agentes passivos dos políticos de nosso Estado. Nosso abraço foi tão forte que fizemos chover em Cuiabá. Chuva de esperança que pairá sobre a falta de compromisso de nossos governantes, da falta de gestão na saúde pública, do não comprometimento com a população e do esquecimento dos que são esquecidos.


A descontração na proteção contra a chuva estava ótima, mas a mesma chuva que nos alegrou entregou-se então ao calor de nossa cidade e pode deixar a manifestação retornar aos seus planos. Palavras de ordem e panfletagem na Av. Fernando Corrêa concluíram o ato "Abraço ao Adauto Botelho", mas a luta pela saúde mental pública não termina aqui.


O DCE apoia a luta antimanicomial, a luta pela Saúde Mental de qualidade, a inclusão social de pessoas e as melhorias de infraestrutura no Adauto Botelho.


Veja o que os manifestantes reivindicam:


1 – Os serviços de saúde mental do Estado têm sede própria e não justificaria alugar um novo prédio;

2 – As sedes atuais têm uma história de lutas de inclusão;

3 - A territorialidade é um dos princípios do SUS;

4 – Sem acessibilidade, família fica impedida de participar do tratamento do familiar;

5 – As soluções do cuidado terapêutico não devem ser reféns de acordos políticos;

6 – A dependência química deve ser prioritária;

7 – O Ciaps Adauto Botelho, que é patrimônio do Estado, deve ser reformado.

8 – A estrutura do antigo Neuropsiquiátrico configura o que há de mais contra indicado terapeuticamente;
9 – Familiares entendem a reabertura do Neuropsiquiátrico como uma forma de “trancar o paciente”;

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